quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Consultório de rua faz abordagem de dependentes químicos


Por Araciara Macedo/Sesa

Ampliar o acesso ao tratamento e a prevenção em álcool e outras drogas, este é o principal objetivo do projeto "Tô na Boa - Redução de Danos". Trata-se de um consultório de rua que promove a abordagem de dependentes químicos.

O consultório de Rua Tô na Boa - Redução de Danos é um projeto da Coordenadoria Estadual de Saúde Mental (CESM) e recebe o apoio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo a coordenadora do projeto, Glayce Gonçalves, existe uma preocupação do Ministério da Saúde (MS) quanto ao aumento de usuários de álcool e outras drogas entre os jovens brasileiros. No Amapá, particularmente em Macapá, de 650 pacientes atendidos pelo Centro Amapaense de Prevenção e Tratamento ao Abuso de Substâncias Psicoativas, 45% eram adolescentes e jovens de 12 a 21 anos.

"Esse dado é preocupante, mas a preocupação é maior no que se relaciona a precocidade no uso de álcool e merla (uma mistura de pasta de cocaína e maconha), um índice alto", ressalta a coordenadora. Gleyce adverte que a modificação na oferta de substâncias psicoativas em Macapá vem produzindo o crescimento no consumo de crack e oxi, duas substâncias extremante agressivas que viciam e provocam a morte em pouco tempo de uso.

A necessidade de implantação do projeto surgiu depois da constatação de que o índice do uso e abuso de drogas lícitas e ilícitas tem crescido nas últimas décadas no Amapá. Além do crescimento no uso, o corpo técnico da CESM vem verificando que o uso vem deixando de situar-se como uma questão dos seguimentos minoritários, atingindo todas as classes sociais.

Como funciona o projeto
O consultório de Rua do Tô na Boa funciona com 9 técnicos. A abordagem é realizada em áreas de vulnerabilidade social. De 25 de julho a 23 de agosto já foram realizadas 150 abordagens. Na abordagem, os técnicos realizam o atendimento individualizado, conversam e explicam as consequências que o uso abusivo de drogas causa ao organismo.

As atividades ocorrem durante três dias na semana, das 19h às 21h. "Fazemos a abordagem com muito cuidado porque o usuário é, na realidade, um doente que precisa de tratamento e ajuda, isso é o que estamos nos propondo a fazer", diz Gleyce Gonçalves.

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