quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Secretaria de Saúde realiza oficina sobre Doença Falciforme

Alieneu Pinheiro/Sesa

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) realizará nos dias 17 e 18 deste mês, no Ceta Ecotel, a partir das 9h, oficina sobre Doença Falciforme no Estado do Amapá. O evento tem como objetivo qualificar os profissionais que atuam junto aos pacientes acometidos pela falciforme, doença esta que não tem cura e ainda é desconhecida por muita gente, inclusive por profissionais de saúde que encontram dificuldades em diagnosticá-la.

A oficina promovida pelo Governo do Estado do Amapá conta com a parceria entre a Coordenação Estadual de Atenção Básica da Sesa, Instituto de Hematologia e Hemoterapia do Estado do Amapá (Hemoap) e Ministério da Saúde (MS).

Anemia Falciforme é o nome dado a uma doença hereditária que causa a malformação das hemácias, que assumem forma semelhante à foice (de onde vem o nome da doença), com maior ou menor severidade de acordo com o caso, o que causa deficiência do transporte de oxigênio nos indivíduos acometidos pela doença.

No Brasil, devido ao grande contingente da população africana vinda dos países de origem para o trabalho escravo, a doença falciforme faz parte de um grupo de doenças e agravos relevantes que afetam a população negra. Por esta razão foi incluída nas ações da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da População Negra e está no regulamento do SUS nos artigos 187 e 188 da portaria GM/MS nº 2048, de 3 de setembro de 2009.

A assistente social Marta Nabor de Souza, 31, presidente da Associação de Pessoas com Doença Falciforme do Amapá (APDFAP), diz que hoje são mais de 150 pacientes no Estado.
“Os números são bem superiores. Porém, essa é a realidade que a associação tem conhecimento”, diz.

Em busca de uma solução
No primeiro semestre deste ano o governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Saúde, conduziu uma proposta de criação do Programa Estadual de Atenção às Pessoas com Doença Falciforme. O objetivo principal do encontro foi adaptar a rede pública de saúde para fazer o atendimento digno ao paciente portador da doença, desde o diagnóstico precoce, passando pelo tratamento adequado e humanizado.

A proposta foi discutida em uma audiência pública que contou com a presença de representantes da esfera civil, órgãos não governamentais e técnicos da área da saúde. No encontro, várias propostas foram aprovadas para instituir o Programa Estadual de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme no Amapá.

Embora tenha recebido o consenso dos presentes à audiência, o documento ainda precisa ser votado na Assembleia Legislativa e, em caso de aprovação, seguirá para a sanção do governador do Amapá, Camilo Capiberibe.

Sobre o programa
O Programa Estadual de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme prevê a execução de diversas ações de saúde, que vão contribuir para a melhoria do atendimento ao paciente com anemia falciforme e com a qualidade de vida dessas pessoas.

O programa inclui a criação de uma coordenação estadual, vinculada à Sesa, que ficará responsável em monitorar e avaliar as ações direcionadas aos pacientes em âmbito estadual. A proposta também determina a capacitação e qualificação de profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, hematologistas e agentes comunitários de saúde) para lidarem no dia a dia com o paciente de anemia falciforme.

Para o secretário de Estado da Saúde, Edílson Mendes Pereira, a oficina é o início para várias outras ações que serão centradas ao atendimento das pessoas com doença falciforme.
“Estamos atuando, juntamente, com parceiros para controlar esta doença que é desconhecida por muitos e que não tem cura”, finaliza Edílson.


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