Nefrologia vai ampliar atendimento aos renais crônicos pela Diálise Peritoneal

Edy Wilson Silva/Sesa

 

Este ano, a Clínica de Nefrologia do Amapá investirá na ampliação e melhoria de serviços que a instituição oferece a pacientes renais crônicos no Estado. Um dos projetos a ser ampliado será o serviço de Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (CAPD). O serviço atenderá 15 pacientes ainda neste primeiro semestre.

Outra novidade anunciada pela direção da Nefrologia será a implantação do serviço de Diálise Peritoneal Automática (DPA), que contará com dez máquinas Cicladoras, que permitirá ao paciente renal crônico realizar a diálise durante a noite, enquanto dorme.

A diálise peritoneal consiste na implantação de um catéter na região abdominal do paciente para a eliminação de toxinas do sangue, a partir da filtração da camada peritoneal (região altamente vascularizada). Atualmente, três pacientes (duas crianças e um adulto) fazem o CAPD no Amapá.

O administrador da Clínica de Nefrologia, Igor Santana dos Reis, destacou que hoje existem 22 pacientes que fazem a hemodiálise com indicação médica para diálise peritoneal (CAPD ou DPA). "Trata-se de um tratamento menos agressivo ao organismo. Após treinamento oferecido pelos profissionais de saúde da Nefrologia, pode ser feito pelo próprio paciente no conforto de sua casa", explica Igor.

Segundo o administrador, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) já abriu licitação para a aquisição das dez máquinas (Cicladores), utilizadas no procedimento de diálise peritoneal. O tratamento leva em média 12 horas e deve ser feito, no mínimo, três vezes por semana.

A enfermeira Raquel Souza da Silva, responsável pelo serviço de Diálise Peritoneal da Nefrologia no Estado, avaliou que os investimentos anunciados serão fundamentais para auxiliar no acompanhamento e tratamento dos pacientes renais crônicos.

Reembolso

A Clínica de Nefrologia vem priorizando o credenciamento da instituição junto ao Ministério da Saúde para a modalidade Hemo II. O credenciamento amplia, entre outras coisas, o reembolso do MS pelos serviços realizados pela Clínica. A expectativa é de que este ano o reembolso ultrapasse mais de R$ 5 milhões.

Em 2011, o aumento na fatura mensal da instituição foi de 30%. O acréscimo consolidado chegou a 28%. A Clínica também contribuiu em pelo menos 30% no faturamento anual do Hospital de Clínicas Alberto Lima, instituição a qual a Nefrologia é subordinada.

Raquel Silva reforçou que hoje a Nefrologia dispõe de aproximadamente 200 pacientes nefropatas que fazem hemodiálise. 50% deles são de Macapá, 40% de Santana e os 10%, provenientes de cidades como Tartarugalzinho, Mazagão, Ferreira Gomes e Porto Grande.

O paciente nefropata é submetido a três sessões de hemodiálise por semana, com duração média de quatro horas por sessão. O tratamento ocorre nos três turnos, sendo das 7h às 11h, das 12h30 às 17h e das 18h às 22h30, com intervalos para limpeza e desinfecção química das máquinas.